O livro 'Canalha, substantivo feminino', da autora Martha Mendonça, contém 6 contos sobre mulheres que de alguma forma resolveram tomar as rédeas das suas vidas.
O primeiro conto, da Larissa, retrata uma jovem estagiária que brinca de menina apaixonada com o chefe apenas para ver até que ponto um homem finge e manipula uma mulher para levá-la para cama. No segundo conto somo apresentados à Ângela, uma promotora de eventos quarentona que decide se aventurar com homens mais novos e acaba se enrolando com a própria filha. A seguir, temos Ingrid, uma sub celebridade maldosa, mau caráter e vigarista, que se utiliza de todos os meios para conseguir os tão sonhados 15 minutos de celebridade. No quarto conto, conhecemos a história mais que familiar da Mariana, que se encontra com o amor da adolescência mais de 10 anos depois, acompanhado da antiga gostosona do colégio. Diana, do penúltimo, não descobriu o amor - mas descobriu o prazer de se sentir desejada. E, finalmente, Cristina, a dentista presa numa rotina entediante que decide que pra ser feliz novamente ela precisa dar um fim no marido.
O livro em si é de leitura fácil, objetiva e crua. A autora foi, sim, um pouco infeliz ao retratar a 'canalhice' feminina, que acabou se tornando mais um sinal de caráter defeituoso. As personagens um tanto quanto frias e distantes mostram atitudes pouco reconhecíveis e realísticas, dando um ar muito mais crítico às mulheres do que mostrando como podemos agir da mesma forma que os homens.
Alguns contos apresentam crueldade desnecessária e bons mesmo, na minha opinião, foram os contos da Mariana e da Diana. O da Mariana porque pura e simplesmente retrata uma situação que toda outsider já sentiu na vida: inveja. E era exatamente o que ela sentia. Anos depois ela encontrou a oportunidade perfeita de realizar uma vingança pessoal e como resultado, traiu a antiga colega de escola com a ex paixão de colégio apenas para sentir que, pelo menos uma vez, ela era a melhor. Ela era a que todos queriam.
E o da Diana foi mais por identificação pessoal do que por qualidade. Principalmente na parte da expectativa social, do que esperam dela e o que ela pretende fazer. As descobertas dela. Foi tudo muito íntimo pra mim.
No geral, é uma leitura dispensável mas serviu como passatempo e como descanso pra minha mente que estava lendo Orgulho e Preconceito e já estava cansada do(as) palavreado/ações dos séculos XVIII/XIX. É uma ótima dica pra quem está com algum tipo de ressaca literária e precisa de algo diferente pra retomar as leituras habituais.
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