sim, reconheço que as vezes as coisas são podem ser como a gente quer - aceitar isso é um dos maiores passos para atingir a maturidade sabiamente. mas, as vezes, também, com um pouquinho de esforço e sorte, podemos ter exatamente aquilo que desejamos.
se, e colocaremos um grande se aqui!, se eu passar na uerj, minha primeira ação (pra que eu não desista pela acomodação) será arranjar um emprego. e por que tanta ênfase nisso, danielly? porque tendo um meio de me sustentar eu poderei me sustentar fora de casa, tendo ou não os apoios dos meus pais. pra eles, amor e proteção são sinônimos de falta de liberdade, opressão e truculência. chantagem emocional, tapa na cara e gritaria são apenas as formas de expressão desse cuidado tão bem quisto. sei, por vivência e observação, que eu posso fazer 30 anos, ter meu emprego, ser casada e me sustentar, que mesmo assim eles não me tratariam diferente de uma menina de 12 anos indefesa e tola. logo, por puro segmento racional, a única solução pra causa da minha depressão e infelicidade é sair de casa. eu, sinceramente, não aguento esperar até me formar pra fazer isso - até porque até lá eu já teria perdido toda a minha juventude e os meus gloriosos tempos de faculdade. tive essa experiência de um ano na unirio (que eu espero que acabe por aqui) e pude comprovar como sou um ser insignificante quando não posso participar socialmente das vidas alheias. e como posso exigir daqueles que, em sala, demonstram todo tipo de afeição por mim, paciência inesgotável? ninguém, quando me conheceu, assinou contrato irremediável para uma amizade via pombo correio. comunicação espiritual e presença mental. as pessoas querem amigos que possam encontrar num dia de tédio, tomar um sorvete num final de tarde, passar o dia fora pra fazer um trabalho importante, ir numa festa memorável... pessoas assinam contratos invisíveis para amizades factuais. amizades que, em suma, preencham todas as lacunas das necessidades sociais humanas. e eu, infelizmente, não ocupo esses pré requisitos. minha única salvação de uma vida medíocre é a coragem de me jogar incertamente no mundo procurando o futuro que tanto me prometeram nos meus sonhos adolescentes.
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