terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

maturidade para viver

domingo, dia 26/2/2017, eu transei com greg
voltei pra casa, com três horas de meia de caminho, bem, ok
no dia seguinte, por consequências do dia anterior, não fiz algo que podia e queria há aproximadamente dois anos: ir no bloco do sargento pimenta
não que eu ame carnaval, porque nem tenho experiência o suficiente pra fazer tal afirmação, mas porque era algo que, na minha cabeça, se encaixava dentro dos padrões sociais e me satisfazia ao mesmo tempo
eu fiquei tão cansada, fisica e psicologicamente, que a) não consegui acordar na hora b) não tive forças pra me mover energicamente c) não tive cabeça pra pensar em qualquer coisa que seja próxima de diversão
ter uma vida sexual ativa (e agora, depois de ter experimentado isso por alguns meses, eu posso afirmar) não me faz bem; não me é saudável
e simplesmente porque não sei lidar com as possíveis consequências de tais relações - por mais que eu me proteja, me cuide, nunca vacile: camisinha, anticoncepcional, testes periódicos
eu não tenho maturidade para lidar com o fato de que, um dia, eu posso gerar uma vida pelo simples ato, mesmo com todos os cuidados citados
porque existir, viver, é isso: é se oferecer aos riscos
e eu não tenho nem liberdade, nem autoestima, nem independência pra saber lidar com tudo isso
e agora, sendo o único cara que (aparentemente) não mudou comigo após o sexo, eu que mudei
mudei porque eu revivi uma situação, um estado mental que já me é tão conhecido e tão perturbador
nada me paralisa mais do que a oportunidade do fim - e gravidez, pra mim, é isso
eu penso nele e me dou conta do quanto ele é normal. sem problemas familiares, sem peso, sem divergências internas que te levam a duvidar do valor da existência
e, acima de tudo isso, de como ele é tão leve que não sabe lidar com o peso alheio
e como, de certa forma, a leveza dele realça meu fardo
de como, talvez, eu não consiga mais ser a mesma que fui nesse mês e meio porque a vida é dura demais, pra alguns, e que uma hora essa verdade aparece
após o sexo, após realidades distintas se chocarem
após a percepção de que não importa a gravidade do que me atinge, eu estou sempre sozinha
sofrendo
vivendo

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