sábado, 20 de abril de 2019

não é mais 2017

eu, antes de mais nada, escolhi propositalmente uma música triste pra colocar essa escrita em ação. faz muito tempo que não venho aqui, muito mesmo. em 2013, quando esse espaço foi criado, 6 anos atrás, eu estava no 3º ano do ensino médio, tentando entrar num distúrbio alimentar, com os nervosismos normais de uma garota de 17 anos: vestibular, faculdade, garotos.
essa menina cresceu, entrou na faculdade, perdeu a virgindade, trocou de faculdade, trabalhou, se mudou, namorou, viveu. hoje eu tenho 23 anos e todas as coisas que queria na idade que esse blog nasceu.
eu ia complementar a frase acima com um "mas não sou feliz". a verdade é que eu sou. não foi uma conquista repentina, tá mais pra uma evolução baseada em terapia e boas pessoas. mas eu sou, feliz. ainda assim, é díficil se desprender de certos sentimentos que insistem em pesar mais que toda a felicidade do mundo.
gregory reapareceu na minha vida 2 semanas atrás. como se nada tivesse acontecido, num esbarrão, aqueles olhos azuis me encararam. desde então, num vai e volta de interesse, minha ansiedade tem estado mais alta do que nunca.
a real é que eu não sei o que esperar do acontecido; queria uma conversa honesta, cara a cara. queria despejar tudo que matutei sozinha nesses último ano e meio; queria ouviar, sem filtro, o que ele tem pra dizer. queria não me importar. queria entender porque me importo.
antes desse reaparecimento todo eu estava entrando numa nova fase da minha vida onde eu tinha outras pessoas para me decepcionar, não o mesmo rosto conhecido. voltando a sentir normal.
quase que a integridade de mim não quer superar o que eu sentia por você - ou você, por inteiro, pra ser exata. eu não sei exatamente o que isso significa, porque me prendo tanto à ideia. você já não é mais o mesmo, nem eu. mas, sinceramente, eu queria que esses novos "eus" se combinassem num produto em comum que seria o relacionamento que a gente nunca chegou a ter.
aquilo foi uma tentativa, que por muitas vezes foi frustrada pela minha insegurança. eu não sabia namorar, você era irresponsável. mudamos? tem espaço pra descobrimos, juntos, isso? infelizmente minha expectativa é a mesma que em março de 2017, quando eu descobri que estava apaixonada por você. mas, ao contrário, nada eu posso esperar de volta.
eu tenho que te deixar isso mas eu não consigo querer, ou aceitar, isso ainda.
aos poucos, quem sabe, você vai se desfazendo e eu consigo a voltar pro mesmo caminho que eu estava antes de você reaparecer.
eu não amo você, não da forma que antes.
mas eu poderia.