terça-feira, 21 de abril de 2015

s i c k e r and s i c k e r

eu não lembro, dentro das mais de 100 postagens que já fiz nesse blog, se eu já comentei sobre a saúde mental da minha irmã mais velha. ana tem 21 anos, terminou o ensino médio em 2011 e entrou na faculdade de história no segundo semestre de 2012. não, não era esse o curso que ela queria - ela queria jornalismo. mas não obteve nota suficiente no vestibular. ana sempre foi obesa, com acne, baixinha, sociável mas sem uma aparência que atraísse a sociabilidade alheia; inteligente mas não esforçada (não que precisasse; nosso colégio nunca exigiu nada de nós), deprimida e insatisfeita; nunca beijou, tinha amigas falsas que usavam o que ela poderia dar de resposta nas provas como motivo para mantê-la por perto, sem um bom relacionamento com a irmã mais nova ou com os pais, que sempre, erroneamente, preferiram trancar as filhas em casa e renegar suas chances de normalidade em prol de um significado de segurança inexistente. porque ninguém está seguro. porque, nesse exato momento, minha irmã é a própria ameaça dela mesma. 
ana tem problemas mentais: síndrome do pânico, toc, ansiedade, depressão; ela acredita em realidades irracionais existentes unicamente na mente dela; é impassível, desequilibrada, temperamental e instável. minha irmã mais velha, que deveria ser meu exemplo e me dar conselhos, me ensinar como é a vida e errar pra que eu não precisasse, está tomando banho 15 vezes ao dia e trocando de roupa a cada vez que o faz porque acredita que está se protegendo de alguma doença venérea; que está se livrando do risco que não existe - mas que ela acredita que sim.
e ninguém aguenta; eu não aguento, minha mãe não aguenta, meu pai não aguenta. e aí eu lembro das milhares de batalhas internas que eu tenho e não posso exteriorizar porque ou parecem futilidade perto do que enfrento em casa ou parecem impossíveis até pra mim mesma. e aí eu tenho que me lembrar que o cerco está se fechando e as possibilidades de eu ter qualquer coisa normal na minha vida está diminuindo e eu posso nunca conseguir isso. 

quinta-feira, 9 de abril de 2015

oh, lord...

uma preocupação que me aflige: estou grávida?
primeiro: eu tive relações sexuais há um pouco mais de um mês atrás; 38 dias
segundo: eu usei camisinha
terceiro: o cara não gozou dentro (cês sabem de quem eu tô falando)
quarto: eu tomei pílula do dia seguinte (porque foi minha primeira vez, eu estava nervosa e queria ter certeza que nada nada poderia acontecer)
quinto: eu menstruei uma semana depois da pílula; ciclo normal de 5 dias, intenso, como sempre ocorre (eu sabia que o fato de ter tido minha primeira relação sexual + ter tomado a pílula do dia seguinte poderia/iria mexer com os meus hormônios por isso não estranhei quando minha menstruação desceu 10 dias antes do 'esperado', já que minha menstruação nunca foi regulada)
sexto: nesse mês de abril, 38 dias depois da minha primeira vez, eu tive compulsão por doces, leves cólicas, espinhas e mudanças emocionais que geralmente ocorrem quando estou na TPM, mas minha menstruação ainda não desceu
então, fica a pergunta:
eu estou grávida?

sexta-feira, 3 de abril de 2015

suicide girl

Acho que vou me matar.
De verdade.
Não há nada tão grave sobre a minha vida mas eu não me sinto feliz ou realizada com nada e a perspectiva de nada me preenche também. Eu vivo melancolia. Tristeza. Solidão. Arrependimento.
Eu penso no melhor dos futuros e ele só me satisfaz por alguns minutos... A possibilidade de conquista me dá medo, angústia e... Tristeza. Não é só não saber o que não quero; é, simplesmente, não querer nada. Se eu pudesse escolher algo, eu escolheria ser normal. Não ter esse monstro obscuro sentado nas minhas costas, comendo cada esperança, diminuindo cada felicidade, suprimindo cada alegria. Você sabe o quê é depressão? Porque eu nunca precisei de prognóstico algum pra me dizer que é exatamente isso que eu tenho. É o eterno ciclo. Eu já comentei sobre me sentir nele várias vezes, aqui, na minha agenda, com alguns amigos, não importa, e é basicamente refazer os mesmos erros e reviver os mesmos sentimentos. No começo, eu achava que a raiz do problema era eu não saber quando errava e não me esforçar para mudar a situação. Mas eu comecei a perceber os erros e fazer de tudo para modifica-los. Entretanto, nada mudou. O ciclo continua mais vivo do que nunca. A diferença, é que agora eu preciso de muito mais pra ter uma simples fagulha de felicidade. Ter uma carreira sensacional só preenche uma área da minha vida, é difícil e não me completa = infeliz.
Ter um relacionamento 'perfeito' é irreal, demanda características que não possuo e depende de uma outra pessoal que não sei se vou achar, quando vou achar e, acima de tudo, me despedaça, porque me faz escolher o mais profundo e o mais superficial aspecto da minha vida, ou seja = infeliz.
Eu só vi/vejo essas perspectivas pra mim. Nada me completa. Nada me surpreende. Porque eu tenho depressão, sua idiota. O que eu esperava? Uma solução medíocre pra uma doença assassina? Mas quem acredita que eu sou doente quando eu faço de tudo pra esconder? Não quero que achem que sou, mas não saberem faz mais mal do que bem.
Eu não sei se Deus existe. E, se sim, não sei se ele liga pra minha vida ou morte. Mas eu espero um sinal. Um sinal que tudo precisa de um fim. Remédios. Penhasco.
Meu deus, eu preciso emagrecer.
Imagina que horrorosa eu seria sendo gorda no meu túmulo.

só a gente sabe o que faz da gente a gente

quinta-feira, 2 de abril de 2015

não pergunte - eu também não sei o quê é isso

tem coisas que a gente não consegue resolver sem muito penar antes; o que queremos pro jantar - ou pro resto das nossas vidas... esse, principalmente, tem sido o maior dos meus problemas. o que eu quero?
primeiro, eu deveria conversar comigo mesma e chegar à resposta de uma outra pergunta: eu acredito em livre arbítrio ou tá tudo predestinado e traçado pra além das nossas vontades terrenas? porque, se a escolha não existe, como eu vou saber se eu estou no caminho certo pro meu destino? no caminho pra aquilo que eu deveria fazer pro resto da minha existência?
porque, se a livre escolha existe, não há nem certo nem errado. ciência política é um caminho; direito é outro; transferência pode ser um, como reingresso ou vestibular. não fazer nada também vira opção. comunicação, talvez. e diplomacia?
não existe certo,
não existe errado.
o que me confunde ainda mais. porque não ter opções é assustador mas, ter demais, também afronta. dificulta.
eu tô fazendo coisas que me dão medo e desconforto. saindo da minha zona de conforto mesmo. e estou apavorada. mas nem é o tipo que eu estava pensando e animadíssima pra fazer. eu não quero fazer algo que eu sei que vai ser ruim por nunca ter feito antes, mas a gente só melhora fazendo. é um ciclo. voltas que você dá em si mesma procurando encontrar o começo. ou o fim. porque a impressão é que você está no meio de tudo. e fora de tudo também.
eu me perco tão fácil...
esse texto é um exemplo.