domingo, 29 de dezembro de 2013

"Amar você é coisa de minutos…" - Paulo Leminski

Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui

Sobre livros e resoluções

 2013 se revelou como a maior representação do consumismo literário pra mim. Comprei entorno dos 80 livros enquanto li apenas 19 (e mais um em andamento). Quando, semana passada, decidi organizar minhas leituras de 2014, dei-me conta do exagero que possuía. Fazendo uma média de um livro por semana, percebi que não conseguiria ler nem metade dos livros que enumeravam minha pilha de livros não lidos. Na verdade, nem dois anos sabáticos me fariam ler tudo que ainda tenho pela frente - e a compreensão disso me assustou.
 Eu, particularmente, nunca fui de comprar livros. Lia muito? Sim. Mas muitos livros emprestados e baixados no computador. Não era materialista e sistemática; não precisava da representação física do livro para me satisfazer - a história, os personagens, o enredo e minha própria memória já me satisfaziam. E confesso que essa compra desenfreada tem muito mais a ver com o meu estado psicológico do que com o meu poder aquisitivo.
 Em 2011, um dos anos que mais fui infeliz, comprei livros pelo ano todo - mas nada parecido com esse ano. Entretanto, a solidão foi bem similar. A verdade nua e crua é essa: eu compro livros pra abafar minhas tristezas. Desconto nas livrarias e sebos da cidade todas as minhas frustrações e infortúnios, levando incontáveis livros para casa afim de acalentar minha mente, afim de ter um motivo (único que fazia sentido) para desculpar meu afastamento. Uma causa pro meu desaparecimento, minha frieza e estranhamento.
 No final, os livros levam a mesma justificativa que o blog: eles são um refúgio. Pois no mundo real eu não me encaixo, não me dou bem e não sou querida. Tenho fobia social, não sei me comunicar e afasto mais do que atraio. Depois de tanto tapa na cara, desisti. Decidi que seria melhor me manter onde sabia que era querida, ou seja, no meu próprio quarto.
 E toda vez que levanto o olhar me dou conta do quão sozinha eu sou (e me sinto). Além disso, não quero ser daquelas pessoas que mais compram do que leem. Quero que o próximo ano represente mais felicidade na minha vida e menos refúgios subversivos pros problemas que não sei lidar.
 Contudo, apesar dos motivos emocionais que me fazem comprá-los, eu gosto ler. Não, eu amo ler. E duvido que consiga passar 365 sem comprar um livro se quer. A questão é saber quando comprar. Que método usar pra não ser tão impulsiva, como escolher os livros que serão comprados e que critério usar na hora da escolha.
 Não quero passar dos 10, 15 livros. Quero me reter a um número possível, e leituras que seguramente serão boas e essenciais. E, claro, adiantar minha lista que parece interminável. Talvez siga na linha do '1 livros por mês' pra listar minhas prioridades. Talvez também seja melhor parar por um tempo de acompanhar blogs e vlogs literários.Por culpa dos dito cujos, minha lista de próximas compras já ultrapassou a marca dos 60 livros.
 Tentarei acompanhar pelo menos um mangá, que é uma das minhas metas literárias de 2014. (E isso já levará tempo e dinheiro). Além do mais, o tempo também não será muito longo. Preciso me concentrar em leituras boas e rentáveis; que me melhorem como ser humano e como mulher.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Eu preciso aprender a deixar as coisas pra trás. As pessoas. E o que elas me fizeram - na realidade ou na minha pura imaginação.

Querido Diário,

não passarei a virada do ano em casa. Portanto, não te escreverei. Mas pretendo, aqui, por meio dessa carta, te explicar o que 2013 significou pra mim.
  Quando o ano começou eu jurava que seria uma nova pessoa. Uma pessoa diferente, sabe? Daquelas que sempre admirei. Das que correm atrás, conquistam; das que tem tudo às mãos e não exita em ter o que quer. Me imaginava finalmente magra, de biquíni, na praia.
  Achava que seria o ano em que passaria no vestibular, sabe? Minha vida inteira eu passei acreditando que não importasse como eu agisse, no final das contas, minha vaga na faculdade estaria garantida. Porque eu podia não ser a mais bonita, magra ou popular, mas meu ego sempre afirmou que eu era a mais inteligente. Talvez até fosse, mas não tive determinação o suficiente pra assegurar que esse ano seria meu último como aluna de química.
 No pré que cismei de fazer em outra cidade eu conheci um garoto. Apaixonei-me, acredito. (Apesar que, até hoje, não consigo me certificar disso).
 Ele quebrou meu coração de forma tão doentia que creio que até satisfação sentiu com isso. Tudo por uma garota. Tudo por nada.
 Ainda me pergunto o que ele sentiu por mim. Foi identificação, passatempo ou insegurança? Pergunto-me também se não foi tudo da minha cabeça. Se não imaginei os sorrisos, o interesse e as mãos dadas.
 Saí de lá o mais rápido que pude. Estava devastada, entende?
 O resto do ano passou num borrão. Foi tudo muito rápido e desprezível.
 No final das contas, todas as minhas resoluções de ano novo não se concretizaram e as próximas serão correr atrás do tempo perdido.
 Em 2014 eu espero realizar o que já deveria ser fato na minha vida. Tanto na pessoal quanto na profissional.
Magra.
Universitária.
Ruiva.
Feliz.

Até 2014.