terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

less human

eu nem sei o que dizer sobre o estado atual da minha vida, de verdade. meus pais não confiam em mim, eu estou numa eterna incapacidade mental e física. não ajo. não penso. não memorizo. não evoluo. conheci um cara pelo tinder que, de acordo com os meus instintos, só quer saber de sexo. ele é lindo. me trata bem. mas é só isso: sexo. eu quero alguém que se importe comigo o suficiente pra adiar os próprios desejos em prol da minha sanidade mental. o que, definitivamente, não é o caso. no final, eu também não posso confiar nos meus pais. nunca falar a verdade. nunca me importar de verdade. with foxes we must play the fox. já dizia eu mesma pra mim mesma. pena que eu nunca levei a sério. pedro me disse que eu deveria esquecer meus sentimentos, me tornar uma pessoa fria e simplesmente foder com quem me quisesse enquanto eu ainda não fosse magoada e pudesse escolher isso. querem que eu seja um robô. querem que eu me encaixe nessa armadura dita perfeita contra contusões emocionais, que eu achava sensacional quando mais nova, mas que hoje em dia eu só acho triste. muito triste. eu tenho que reter qualquer princípio de sentimento, não me importar, remoer tudo dentro do meu peito pra que isso não interfira na minha vida. então, é, estude como uma louca. transe. saia. e não ligue pra ninguém além de si mesma. seja, consequentemente, cruel. abusiva. injusta. corrosiva. mas não retenha amor. paixão. carinho. felicidade. não se esqueça também que gordas, acima do peso. sobrepeso, gordurinha, espinha, dente amarelo, roupa mal colocada ou que não valorize, falta de maquiagem, cabelo bagunçado, tudo isso só é expressão da confusão emocional que você é. era. por que agora não é mais, não? é, sim, o robô que eles queriam. fatal. perfeita.
um crime ideal.

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