terça-feira, 6 de dezembro de 2016

g a b r i e l

Não sei porque ainda tento forçar uma conversa, uma conexão, que seja, contigo. Não sei porque me esforço em tentar agradar, ser leve, divertida, pra alguém que nem ao menos se interessa.
Queria que essa falta de interesse não fosse real; que fosse coisa da minha cabeça problemática, cheia de inseguranças e sem um mínimo de autoestima. Queria que fosse minha autosabotação, minha inconsciente tentativa em tentar destruir todo começo pelo medo do fim.
Mas, apesar de fazer todo sentido possível, não é por isso que você não vem. Você não vem porque não quer, porque não sou ninguém, nem mesmo passar pela sua cabeça eu devo. Porque isolada na minha própria existência eu só significo, bem ou mal, presença a mim mesma. Eu existo pra mim - e deveria ser por mim, também.
Mas é por todos vocês que eu vivo, respiro, transito. Procurando incessantemente na aprovação de vocês, que não me querem, a minha autoaceitação.
A conta, no final, não fecha.
Não fecha e eu sofro pela impossibilidade matemática de ser amada.
Se eu não me amo, outras pessoas deveriam. Mas nem eu, nem vocês, nem ninguém.

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